Memória é nossa capacidade de adquirir, evocar e conservar informações através do funcionamento cerebral e da interação social. É a faculdade psíquica através da qual podemos reter fatos e lembrar o passado.
A memória humana é uma função cerebral que resulta das conexões sinápticas entre os neurônios. Existem dois tipos de memória:
- curto prazo: que é consequência da simples excitação da sinapse para reforçar ou sensibilizar transitoriamente.
- longo prazo: reforço permanente das sinapses através de ativação de alguns genes e síntese de proteínas correspondentes.
Porém, a nossa memória precisa de estímulos para funcionar 100%. Quem já não teve um “branco” alguma vez na vida, não é mesmo?
Se você já enfrentou algum esquecimento temporário e chegou à conclusão de que sua memória não está lá muito bem, antes de culpar a sua idade, a correria, o estresse ou a falta de atenção, vale prestar atenção aos alimentos que você está ingerindo. Isso porque, os estudos recentes, demonstram que a dieta equilibrada é fundamental para o bom funcionamento do nosso cérebro.
Vários estudos de instituições americanas estão demonstrando nas suas pesquisas que uma alimentação equilibrada em nutrientes contribui para evitar o declínio das funções cognitivas e prevenir doenças degenerativas progressivas, como por exemplo, o Alzheimer.
Frutas, vegetais, nozes, grãos e sementes possuem vários nutrientes que auxiliam na melhoria das conexões entre as células.
Portanto, se ingerirmos alguns alimentos, incluindo-os na rotina de nossa alimentação, estaremos dando uma “ajuda” para nossa memória. Vale a pena.
Abaixo, vou descrever rapidamente sobre alguns desse alimentos.
AZEITE DE OLIVA: é rico em ácidos graxos monoinsaturados , isto é, gorduras boas que fazem parte das membranas celulares dos neurônios e aceleram as informações entre eles. Óleo de canola e linhaça também possuem essa gordura. Além disso, o azeite extravirgem fornece polifenóis e vitamina E, que são antioxidantes e dá efeito neuroprotetor. Outros óleos ricos em vitamina E são girassol, amendoim e milho, além das nozes e abacate.
MAÇÃ: contém fisetina, que estimula o amadurecimento das células nervosas e estimula alguns mecanismos cerebrais relacionados à memória. A fisetina é um fitoquímico que também está presente no kiwi, uva, morango, pêssego, cebola e espinafre.
CEREAIS INTEGRAIS: os grãos, como arroz integral, cevada e aveia, bem como as massas de trigo integral colaboram para que a troca das informações entre neurônios ocorra sem sobressaltos, auxiliando a memória. Isso porque são alimentos ricos nas vitaminas do complexo B, principalmente acido fólico e vitamina B6. Carnes, leite e derivados, peixes, nozes, sementes, feijão e soja também são ricos nessas vitaminas.
BRÓCOLIS: brócolis e espinafre, vegetais de folhas verde-escuras, são fontes importantes de ácido fólico, que é uma vitamina do complexo B, essencial para a formação do sistema nervoso do feto. Tardiamente, participam das reações químicas que regulam as conexões entre as células nervosas, infuenciando o nosso desempenho cognitivo, que tem a ver com nosso processo de aprendizagem e memória. Além disso, possuem bastante antioxidantes. Porém, alcachofra, aspargos, nozes, beterraba e espinafre, cenouras, hortaliças alaranjadas (fonte de betacaroteno) também são ricos nesses compostos. Já o tomate possui o licopeno, outro composto capaz de bloquear a ação dos radicais livres.
FRUTAS VERMELHAS: essas frutas possuem considerável quantidade de antioxidantes e atualmente estão presentes em diversas pesquisas de prevenção do envelhecimento. Amora tem demonstrado capacidade em reverter os déficits de memória associados à idade. Resultados bons também foram obtidos com extratos de blueberry (mirtilo). Os flavonóides presentes nas frutas é que são os responsáveis pela reversão dos danos cognitivos, exercendo efeitos benéficos na aprendizagem e memória, pois protegem os nossos neurônios. O ranking das frutas mais ricas nesse antioxidantes são: mirtilo, ameixa preta, amora, framboesa, morango, cereja e uvas vermelhas. Além disso, o morango possui a vitamina C, encontrada também nas frutas cítricas, como laranja, limão, acerola e kiwi.
OVO: possui grande quantidade de colina, que participa da formação de novos neurônios e repara as células cerebrais que sofreram danos. É matéria-prima da acetilcolina, que é um neurotransmissor para memória e aprendizado. A colina melhora o processo de memória e controla a depressão. Além disso, também é muito importante para desenvolver o sistema nervoso do feto. Salmão, soja, fígado, feijão, germe de trigo tem concentrações menores. Ovo também é uma fonte de proteína de alto valor biológico e fornece-nos as vitaminas do complexo B, facilitando a conexão com neurônios.
PEIXE: é bom para memória e cérebro. E se for das águas frias, como salmão, sardinha, anchova, atum, arenque e cavala, fornecem os ácidos graxos muito benéficos, os ômegas 3, com ação antinflamatória. Esses ômegas, protegem neurônios de radicais livres; destacando-se o DHA (acido docosahexaenóico). As pesquisas concluíram que há um risco de 47% menor em desenvolver Alzheimer quando os indivíduos possuem taxas significativas de DHA e consomem, pelo menos, uma porção de peixe na semana. O DHA preserva as membranas dos neurônios. Além disso, os peixes fornecem para nosso organismo a vitamina D, contribuindo para a renovação de nossos neurônios.
Porém um alerta: não basta caprichar na alimentação e abusar dos alimentos que prejudicam a memória. Isso mesmo, alguns alimentos favorecem os esquecimentos e a longo prazo podem aumentar o risco de doenças neurológicas como, por exemplo, o Alzheimer. Alguns desses alimentos são:
- AÇÚCAR: fornece-nos energia rapidamente, porém esse efeito tem curta duração. Isso eleva a produção de insulina e desencadeia algumas reações químicas que danificam as células do cérebro.
- CARNES: estimulam produção de algumas substâncias que são tóxicas para o neurônio. As formas piores para a saúde são o churrasco e as carnes fritas. E até o peito de frango grelhado faz mal. Isso porque, os níveis de homocisteína aumentam, que é um composto nocivo para coração e cérebro. E o perigo é ainda maior se tivermos dieta pobre em vitaminas do complexo B. Altas taxas de homocisteína são fatores de risco pra Alzheimer e Parkinson.
- ÁLCOOL: causa déficit temporário da memória, aprendizado e atenção. Outras drogas e álcool podem levar à destruição de neurônios, além de prejudicar formação de células cerebrais novas. E quanto maior é o consumo, tanto maior será o perigo.
- GORDURAS SATURADAS E TRANS: as saturadas são de origem animal e as trans são as comprovadamente maléficas para o coração. A gordura trans são formadas por hidrogenação natural ou artificial.
Por isso, evitar os alimentos que prejudicam nossa memória e consumir os que são importantes para o cérebro, é uma atitude válida para garantir saúde cerebral.
Outras atitudes também ajudam-nos a manter um estilo de vida perfeito para melhorar o aprendizado e favorecer a plasticidade cerebral (formação de novos neurônios). São elas:
- Aprender novas habilidades para exercitar o cérebro, como ler muitos livros, fazer palavras cruzadas, ir a lugares diferentes e procurar se informar sobre assuntos variados.
- Medir a pressão arterial, dosar o colesterol e o açúcar no sangue. Está comprovado que os mesmos cuidados para manter o coração saudável também ajudam a preservar a memória e a acuidade mental.
- Evitar circular por ambientes poluídos em horário de "rush" e evitar consumir alimentos de origem duvidosa, principalmente, aqueles feitos em locais que você não confia.
- Fazer exercícios físicos regularmente, pois estes aumentam o fluxo sanguíneo para o nosso cérebro e transporta nutrientes importantes para o seu funcionamento. Exercício físico também aumenta as conexões entre os neurônios.
- Controlar o estresse no dia-a-dia também ajuda a nossa memória, isto porque, o cortisol, hormônio do estresse, prejudica áreas relacionadas ao aprendizado e memória. Investir em atividades relaxantes com os amigos, rir mais, ter um objetivo na vida, sentir-se feliz, envolver em projetos sociais, ter um bom círculo de amigos, ter sonhos a serem realizados e viver feliz, fará com que você tenha mais vigor mental, ajudando a preservar a memória.
A alimentação correta e os hábitos saudáveis da nossa vida certamente contribuem pra a nossa memória. Não custa nada tentarmos, afinal, que não gosta de lembrar de todos os acontecimentos?
Até mais.
Abraços,
Patrícia.